Oi pessoal! Aqui é a Suka e a Bia, e hoje estamos juntas de mais uma convidada especial da Boruto Explorer: Senjulia (Julinha, para os mais íntimos 😉).
Julinha é uma jovem twittera, fã de Hashirama Senju (o Primeiro Hokage), muito curiosa, que ama saber mais sobre os animangás que acompanha. Ela já compartilhou seus conhecimentos conosco através de threads fantásticas no Twitter.
Assim, não poderíamos não convidá-la para nos auxiliar neste tema, que ela se interessa tanto quanto nós: As referências religiosas, folclóricas e mitológicas em Naruto. Vamos nessa?
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Muito além de apenas uma obra de entretenimento, a franquia Naruto, iniciada com o mangá de Masashi Kishimoto em 1999, traz inúmeras referências culturais de seu país, o Japão, e isto inclui aspectos e crenças religiosas, folclóricas e mitológicas.
Nesta matéria, mostraremos tais referências, tão repletas de significados, que serviram de inspiração ao autor e que registram, resguardam, perpetuam e nos contam sobre a cultura japonesa.
1. Caminhos de Pain
A técnica faz uma das mais visíveis referências religiosas: os seis reinos de reencarnação do Samsara, do budismo, que é o fluxo incessante de renascimentos.
O personagem Pain – e seus “caminhos” – possui o Rinnegan, e “rinne” é o termo em japonês para Samsara. Todos os caminhos e uma das invocações compartilham o mesmo nome e características predominantes dos reinos que representam, a ver:
A tradução literal para “Devas” é deuses, termo genérico para “alguém sobre-humano”. Devas são seres extremamente inteligentes e de beleza exuberante, com poderes inimagináveis para os humanos, tal como o personagem Pain da obra, também chamado de “Tendou”, que se dizia um deus.
É onde habitam representações de demônios guerreiros semi-divinos que possuem três faces e seis braços. No hinduísmo, este reino é representado como um demônio que busca poder. Na obra, o Caminho Asura tem seis braços e possui a capacidade de produzir membros extras, como uma armadura e armamentos mecanizados, tendo bastante poder destrutivo, tal como os seres que habitam nesse reino que buscam glória na destruição.
É o reino mais fácil de se conseguir a “iluminação”, pois é possível experimentar um pouco de todos os outros reinos. Isso é representado na obra pelo Caminho Humano, que tem a habilidade de ler mentes “tomando a alma”, permitindo-o obter conhecimento das experiências das pessoas em quem tocar.
Neste reino, a reencarnação é baseada em forte possessão e desejos que foram cultivados na vida anterior; os pretas são espíritos que vivem famintos e sedentos, são insaciáveis. Na obra, este é visto na técnica de absorção de jutsus do quarto caminho.
É o reino da raiva e do medo, um lugar sombrio onde há tortura e dor para que os seres limpem seu karma negativo. Nele, o Rei Enma (também chamado de Yama-Raja) julga e condena seus futuros habitantes. Na obra, o caminho invoca o “Rei do Inferno” para obter informações interrogando seus alvos, e ele o faz: interroga sob ameaça, arrancando-lhes a língua caso mintam.
A ignorância predomina e aqueles que reencarnam neste reino só conseguem obter karma positivo através do afeto humano. Na obra, o caminho animal possui diversas invocações gigantes, como uma quimera, um camaleão, um panda, um touro, um rinoceronte, um crustáceo, uma centopéia e outros.
2. Jutsus de Hashirama Senju
Outros elementos da obra que possuem influências religiosas, folclóricas e mitológicas são os jutsus de Hashirama Senju. Alguns exemplos:
Esse jutsu, que consiste na criação de uma gigante estátua de madeira com muitíssimas mãos, tem influência no budismo, no bodhisattva (aspirante a buda) da compaixão, Avalokitesvara, também chamado de Senju Kannon, que significa “Canhão de Milhares de Braços”, e de mesma aparência.
Esse jutsu que é uma grande e poderosa defesa de madeira na forma do rosto de dragão, tem influência no budismo, na máscara em forma de dragão que o bodhisattva (aspirante a buda) da compaixão, Avalokitesvara, carrega em torno de si.
O dragão criado por esse jutsu assemelha-se com uma criatura da mitologia hindu chamada Maraka.
Esse jutsu se baseia em uma criatura de mesma aparência do folclore japonês, chamada Ryutoki: um pequeno oni (“demônio”), com um dragão enrolado em seu torso.
Tal jutsu, que cria várias mãos gigantes de madeira que surgem do solo, circundando o alvo, pode ter tido influência no budismo, pelo “Buda Risonho” Budai, também conhecido como Hotei.
3. Kinkaku e Ginkaku e as ferramentas do Rikudou Sennin
Na franquia, temos dois irmãos shinobi chamados Kinkaku e Ginkaku, os “Irmãos Ouro e Prata”, que manuseiam 4 de 5 ferramentas ditas como “As valiosas ferramentas do Rikudou Sennin“, muito fortes, cada uma com um poder: a Espada de Sete Estrelas, o Leque do Palmo de Banana, a Corda de Cobertura de Ouro e a Cabaça Carmesim, estando a 5a, o Pote Purificador de Âmbar, com o Raikage Ay.
Estas ferramentas se baseiam no clássico chinês “Jornada ao Oeste” onde dois irmãos demônios-reis chamados “Grande Rei Kinkaku” e “Grande Rei Ginkaku” possuem cinco ferramentas valiosas com os mesmos nomes apresentados na obra.
4. Jutsu de Chiyo
A kunoichi Chiyo possui o jutsu “Sucção Esmagadora das Três Jóias“, no qual três das suas marionetes entram em uma formação triangular abrindo mecanismos marcados com “Buda” – “Dharma” – “Sangha”. Estes termos, denominam os três principais conceitos budistas, conhecidos como “As Três Jóias”.
Muito interessante, né? Agradecemos a Julinha por ter nos ajudado com toda essa matéria ♥
Aproveitem e dêem uma olhada em duas de suas várias threads maravilhosas no Twitter (cliquem no tweet para acessar a thread completa):
A Julinha manda muito bem!
É isso, gente! A parte 2 sobre as referências religiosas, folclóricas e mitológicas em Naruto sairá em breve. Nela veremos sobre a Kyuubi, a Kaguya, os Uchihas e mais. Até lá! ☺
NOTA DO AUTOR(A)
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