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SCANS EXPLORER ENTREVISTA: WAGNER THOMAZONI DO TRAGICÔMICO

Um dos Youtubers mais prestigiados dessa geração, um dos pioneiros sobre análises e teorias de mangás e animes, músico com autorias próprias e covers incríveis de Naruto e demais animes, ativista político nas horas vagas, proprietário dos canais Canal Wayu, Vai Teia, Tragicômico, proprietário da Loja Omni Geek, Wagner Thomazoni é nosso entrevistado de hoje!

Iva e João: Há algum tempo você vem apostando mais em assuntos políticos no canal principal e migrando parte do conteúdo de anime para o canal novo. Houve preconceito ou “boicote” por parte do público ou YouTubers do gênero de animes por causa da mudança de conteúdo?

Até onde eu sei, os youtubers de anime não são muito de trocar figurinhas. São bem raros os casos de “collab” entre criadores de conteúdo do gênero, então, particularmente não mudou muito pra mim ao menos na hora de produzir e gravar pro meu canal, mas é claro que nos bastidores eu fico sabendo de alguns colegas que não concordam com meu posicionamento e acabam se afastando. Tento ter um bom relacionamento com todos, independentemente da ideologia de cada um, mas nem sempre o outro lado é tão receptivo. Porém, ainda mantenho contato com muita gente do cenário, inclusive com pessoas que não concordam comigo.

Em abril de 2019, você fez um vídeo falando sobre o que melhoraria em Boruto para que a história agradasse mais. Hoje, mais de um ano depois, com os rumos que o anime e mangá tomaram até então, você considera que a história tenha melhorado?

Certamente melhorou! Quer dizer, ao menos o mangá está indo por um caminho muito bom. Ironicamente algumas das minhas sugestões acabaram de fato acontecendo, como no arco em que Naruto e Sasuke ficaram encarregados de enfrentar o vilão principal que os neutralizou, abrindo espaço pro time de Boruto ter seu momento de destaque sem que isso soasse algo forçado.

Imagem cedida por Wagner Thomazoni. Todos os direitos reservados.

O lado artista / músico, iniciou antes ou depois da carreira de Youtuber? Houve algum momento em que pensou apenas a se dedicar a música?

Tenho bandas desde 2007, e comecei meu canal em 2012, então eu já estava nessa estrada bem antes de começar a focar na produção de conteúdo pro youtube. Meu objetivo inicial, era focar apenas na música e ter uma banda de sucesso, pois a carreira de youtuber mal existia. Essa nova porta se abriu, e então eu mudei de direcionamento, ainda produzindo minhas músicas, mas focando mais em outras áreas do entretenimento.

Há um tempo atrás a banda era bem focada nos covers e também autorais, como vocês aplicavam isso aos animes? Como era o processo de adaptação, tradução das letras?

Essa é uma pergunta complexa, pois envolve muitas questões técnicas. Basicamente sempre tive uma preocupação muito grande com a sonoridade das minhas adaptações, pois não basta cantar em português o significado japonês da letra, ela precisa encaixar bem na melodia. Pra atingir esse resultado eu sempre fui cuidadoso ao preservar os fonemas, as rimas, o número de sílabas e a prosódia na hora de trazer a música pra versão brasileira. Creio que esse cuidado foi um diferencial que fez o canal se destacar rapidamente no segmento.

Imagem cedida por Wagner Thomazoni. Todos os direitos reservados.

Há algum projeto futuro para retorno dos covers de anime no canal?

Pode até parecer que abandonamos os covers, mas isso nunca foi “oficializado” dentro do Tragicômico. Eu tenho adaptações prontas, que só precisam ser gravadas, mas que ficaram engavetadas por causa da quarentena. As músicas vão continuar, ainda que numa frequência menor. Tenho também outros projetos envolvendo animes e músicas, mas vou manter segredo até estar mais perto de concluí-los.

Você acha que há dificuldade de algumas pessoas distinguirem o Wagner que comenta política do Wagner dos covers e músicas de anime?

Absolutamente. Muita gente não consegue separar as coisas. A política mexe muito com o emocional das pessoas, alas acham que seus “adversários políticos” querem destruir o mundo ou algo do tipo, então parece inaceitável acompanhar alguém que pensa diferente nesse meio. Infelizmente o extremismo é muito presente no debate público. Porém devo destacar que também tem muita gente que me acompanha apesar de discordar dos meus posicionamentos, o que me deixa muito feliz e esperançoso.

De todo o conteúdo relacionado a animes em seu canal, você tem predileção por algum? Qual a razão?

Eu realmente gosto dos covers porque amo música, amo cantar e amo o feedback do público em relação ao meu trabalho musical. O problema é que eles dão muito trabalho e pouco retorno, então é difícil dar tanta atenção pra eles quanto eu gostaria.

Os seus hobbies fora do youtube, consiste em artes com sua música, a cultura geek e otaku e tem algo a mais? Compartilhe conosco!

Ultimamente o que mais faço quando não estou trabalhando é jogar alguma coisa. Eu gosto de assistir animes e ler mangás, mas isso acabou se tornando parte do meu trabalho, então é através do lolzinho ou do meu PS5 que eu realmente desfruto dos meus momentos de lazer, me desconectando de todo o resto.

Imagem cedida por Wagner Thomazoni. Todos os direitos reservados.

Para encerrarmos: como surgiu a ideia do nome “Tragicômico”?

Eu compus algumas músicas engraçadas no começo do canal, como “boas intenções” e “na internet”, e a temática dessas músicas sempre era tragicômica. Eu cantava “desastres” de forma engraçada, como a história de um cara que sem querer deu pra sua namorada uma comida que ela tinha alergia dentre outras coisas, eu notei que havia esse padrão e coloquei o nome pensando nisso. Acabou que perdeu o sentido quando migrei pro universo de animes, mas agora que o canal ficou mais abrangente, até que “tragicômico” combina com vários temas que eu venho comentando.

Iva Torigoshi, direção de redação e edição, reportagem.

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